No treino classificatório, no sábado, Barrichello mostrou que a Brawn finalmente tinha se recuperado das dificuldades enfrentadas nas quatro últimas corridas e estava pronta a voltar para a disputa do campeonato. Button estava apagado, mas chegou ao Q3 e alinhou em 5º. Já o Barrichello foi o melhor do Q2, e disputou a pole de igual pra igual com as McLarens, que mais leves acabaram levando a melhor.
Mas o ritmo da corrida mostrou que a vantagem da McLaren era apenas o menor peso mesmo. Na largada, apesar do KERS dos carros prateados, Barrichello saiu bem e chegou a pressionar Kovalainen, mas ele teve que segurar o Raikkonen, que vinha numa também revigorada Ferrari em 4º, ameaçando. Hamilton abriu uma vantagem pequena, mas confortável, garantida pelo escudeiro Kovalainen, que segurava Barrichello.
Com o tanque mais vazio de todo o grid, Hamilton foi o primeiro a fazer o seu pit stop. Kovalainen parou na volta seguinte, deixando Barrichello na ponta com combustível para esperar ainda mais três voltas. E ele aproveitou essa vantagem, fazendo uma sequência de voltas extremamente rápidas antes do seu pit stop. Com isso, o brasileiro conseguiu retornar da sua parada à frente do segundo piloto da McLaren.
Com 4 segundos de vantagem, Hamilton não conseguia distanciar-se de Barrichello. Bastava ele abrir um pouquinho para Barrichello responder na volta seguinte, recuperando o terreno perdido. Então, no momento decisivo da corrida, a equipe resolveu chamar o Hamilton para sua segunda parada, duas voltas antes do previsto. Barrichello foi avisado pela equipe que teria ainda cinco voltas de combustível, que precisariam ser cinco voltas em ritmo de classificação para conseguir ultrapassar o inglês nos boxes. Mas os mecânicos da McLaren atrapalharam-se com a mudança nos planos, e não estavam prontos quando o Hamilton parou nos boxes, fazendo-o perder 3 segundos a mais.
E essa diferença foi só o que o Barrichello precisou, oportunidade muito bem aproveitada. Após marcar duas vezes seguidas a volta mais rápida da prova, Barrichello também acabou sendo chamado mais cedo pela equipe, receosa de que o pneu estourado de uma Williams provocasse a entrada do carro de segurança. Mas isso não aconteceu, e Barrichello conseguiu voltar à pista não só à frente do Hamilton, mas com 7 segundos de vantagem sobre o piloto da McLaren. O Hamilton não se rendeu e ainda tentou alcançar o Barrichello para brigar no finalzinho, mas bastou ao brasileiro administrar a vantagem para vencer pela primeira vez no ano. Foi sua décima vitória, e a centésima brasileira na F1.
Um resultado sensacional, uma aula de pilotagem, que coloca o Barrichello novamente em segundo lugar na classificação e mais uma vez na disputa pelo campeonato, principalmente se Button e as duas Red Bulls continuarem tendo resultados pífios como os de ontem: Button marcou apenas 2 pontos com o 7º lugar, Webber foi o 9º, e Vettel nem completou a corrida, com o motor estourado. Aliás, a coisa está feia para a jovem promessa alemã: após duas quebras de motor apenas nesse final de semana, restam somente mais duas unidades para as seis corridas restantes do ano. Com um motor para cada três corridas, mais uma quebra decretará o fim do campeonato para ele.
Confira o resultado final da prova, e aqui a classificação atualizada do campeonato:
1º Rubens Barrichello
2º Lewis Hamilton
3º Kimi Räikkönen
4º Heikki Kovalainen
5º Nico Rosberg
6º Fernando Alonso
7º Jenson Button
8º Robert Kubica
9º Mark Webber
10º Adrian Sutil
11º Nick Heidfeld
12º Giancarlo Fisichella
13º Jarno Trulli
14º Timo Glock
15º Romain Grosjean
16º Jaime Alguersuari
17º Luca Badoer
18º Kazuki Nakajima
Ret Sebastien Buemi
Ret Sebastian Vettel
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