Ecclesia reformata et semper reformanda est

No dia 31 de outubro de 1517, o monge alemão Martinho Lutero pregou suas famosas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg. Começava ali, oficialmente, o movimento que mudou a história do mundo: a Reforma Protestante. Lutero condenava o paganismo e a avareza da Igreja Romana, sobretudo na figura das indulgências, convidando a abrir um debate sobre suas teses. As últimas 5 teses tornaram-se o lema da Reforma: Sola fide (somente a fé), Sola scriptura (somente a Escritura), Solus Christus (somente Cristo), Sola gratia (somente a graça), Soli Deo gloria (glória somente a Deus).

491 anos depois, parece que precisamos de uma nova Reforma. O que diria Lutero ao deparar-se com situações corriqueiras em nossas igrejas, como a comercialização de objetos mágicos ou "ungidos", promessas do tipo "venha para nossa igreja e resolva seus problemas financeiros", ou campanhas em que o pastor garante que Deus vai curar todos os enfermos, como se Ele, o Criador do Universo, fosse um mero gênio da lâmpada mágica?

Hoje há muito a se comemorar. Os reformadores, que além de Lutero incluem João Calvino, Jonh Knox e muitos outros, foram servos de Deus usados para livrar o mundo da repressão Católica, fazendo-nos retornar aos princípios da Igreja Primitiva, voltando-se à Bíblia como única regra de fé e prática.

Mas a igreja protestante precisa de uma nova reforma. Desvencilhamo-nos das tradições romanas para criarmos nossas próprias, muitas vezes sobrepondo ao que dizem as Escrituras. Por isso, deve sempre ecoar em nossos ouvidos mais uma das frases dos reformadores: Ecclesia reformata et semper reformanda est - Igreja reformada, sempre se reformando.

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