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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Porque no Brasil não tem Free Comic Book Day?

O Free Comic Book Day de 2009 nos EUA está marcado para o dia 2 de maio. No já tradicional "dia do gibi grátis", as gibiterias americanas fazem a alegria dos fãs e de quem não costuma ler quadrinhos distribuindo edições de grandes, médias e pequenas editoras, tudo de graça. O evento foi criado a alguns anos para despertar o hábito (ou seria vício?) em novos leitores e promover a renovação do mercado consumidor de quadrinhos, que vem diminuindo drasticamente.

Esse ano, a Marvel e a DC terão histórias relevantes para suas respectivas cronologias. A primeria vai mostrar um encontro entre os Vingadores e o recém-retornado Thor, enquanto que sua Distinta Concorrente vem com um preview de Green Lantern: Blackest Night, um dos seus eventos do ano. A Dark Horse vai distribuir Star Wars, enquanto a IDW escolheu Transformers e G. I. Joe. A Image vai distribuir uma edição do Savage Dragon, e a Bongo uma dos Simpsons.

Muito legal, não é? Deu vontade de agendar sua viagem de férias à Disney para maio para poder aproveitar? Então porque não temos esse evento no Brasil?

Como nos EUA e no restante do mundo, no Brasil o número de leitores também está diminuindo, e os leitores estão envelhecendo. Os leitores que abandonam o hábito não estão sendo substituídos em quantidade equivalente, o que ameça todo o mercado de quadrinhos. Corremos o sério risco de no futuro não podemos mais acumularmos milhares de edições em papel em nossas gibitecas, simplesmente porque a espécie "Leitorus de quadrinhus" está ameaçada de extinção.

Alguns dirão que os quadrinhos devem migrar para o meio digital para sobreviver, onde os custos de distribuição são irrisórios ou nulos. Certo, a idéia não é ruim, mas ainda existe o custo de produção. E ninguém sabe ainda  como ganhar dinheiro com os quadrinhos digitais. Ainda não dá para uma grande editora como a Marvel e a DC sobreviver somente com eles. E, sinceramente, o prazer de ler uma história no papel não pode ser reproduzido numa tela de LCD.

A iniciativa do Free Comic Book Day é fantástica exatamente nesse ponto, porque por incrível que pareça usa a mesmas estratégia já consagrada por traficantes de drogas: oferece uma "amostra grátis" de um produto estimulante, que tem como efeito colateral provocar dependência psicológica. Só que ao contrário das drogas os efeitos colaterias dos quadrinhos são altamente benéficos. E o principal resultado dessa estratégia é exatamente a renovação do mercado.

Estratégia essa que tenho certeza também traria resultados no Brasil. Talvez melhores do que nos EUA, já que um dos principais obstáculos do mercado de literatura no país é o alto custo dos produtos. Panini, Mythos, Pixel, Conrad, Devir, Globo, JBC, L&PM, Opera Graphica, Zarabatana e todas que eu não citei, que tal criarmos o Dia do Gibi Grátis Brasil?

Se alguém duvida que o famoso e já citado custo Brasil possa atrapalhar, basta lembrar das várias iniciativas surgidas nos últimos tempos de publicidade em quadrinhos. Meu irmão, que é publicitário e quadrinista, produz e edita uma revista em quadrinhos distribuída gratuitamente no Taguatinga Shopping, aqui em Brasília. E olha que a revista é impressa em material de excelente qualidade. E a Revista Pepsi Twist, que não é só de quadrinhos mas os tem no seu conteúdo? Ela é distribuída a alguns meses de graça, encartada nas revistas para público jovem da editora Abril, como Mundo Estranho e Superinteressante. 20 páginas de bom humor entregues gratuitamente.

Ah, o problema não é o custo Brasil, mas os custos de licenciamento de material estrangeiro? Acredito que uma boa conversa com o licenciador sobre os objetivos do evento resolve o problema, barateando ou até eliminando esse custo. Ora, as editoras nos EUA vão distribuir revistas de graças, esse mesmo material não poderia ser usada nos outros países? E se não for possível, não falta material nacional para isso. Por exemplo, você acha que o Maurício de Sousa não concordaria com a idéia se a Panini estiver disposta aplicá-la?

Eu acredito que falta vontade de inovar às editoras brasileiras. E criatividade para criar e colocar em prática iniciativas que estimulem o mercado brasileiro de quadrinhos a crescer, o que só traria benefícios a todos. Acordem, editoras brasileiras! Nós, leitores e potenciais leitores também queremos o nosso Dia do Gibi Grátis!

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